Encontraram-se num dia cinzento de Fevereiro, quando ela saía da boutique dos croissants e ele ia a suspirar por um bife do mercado da carne. Chocaram um no outro, perante olhares divertidos dos passantes, espalhando caixinhas de cupcakes e folhas de estudo por todo o lado. Ele rapidamente se aprontou a apanhar aquela confusão de papel branco encarando-a ao levantar-se; o ar desolado e uma madeixa ruiva empoleirada no nariz. Atrapalhou-se a oferecer-lhe um café que ela considerou e aceitou quando viu no verde dos olhos dele a ânsia de uma resposta. Sentaram-se a conversar sobre tudo e nada, tal o fluir das palavras, até a luz se extinguir e ela começar a tiritar. Levantaram-se com expectativa nos movimentos e sorrisos acabrunhados de esperança. Ela partiu rua acima com os cubos no saco e ele foi rua abaixo com um emaranhado de folhas nos braços. Foi assim que nesse dia ele ficou sem jantar e ela comeu uns doces amassados enquanto pensava na doçura do verde dos olhos dele. Nenhum dos dois conseguiu dormir naquela noite.
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